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      Crianças em casa: como evitar os acidentes domésticos mais comuns

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      Quem nunca ouviu o relato de uma mãe, pai ou até mesmo dos avós, que bastou um “piscar de olhos” para ocorrer um acidente doméstico envolvendo seus pequenos?

      Dados da ONG Criança Segura Brasil mostram que o fato é mais comum do que pensamos: os acidentes são a principal causa de morte de crianças de zero a 14 anos no Brasil.

      Mais de 3,3 mil meninas e meninos morrem anualmente, e outras 112 mil crianças são internadas em estado grave.

      Para que a rotina possa ser levada de maneira mais leve e com todos os cuidados, o coordenador do núcleo materno-infantil do Vera Cruz Hospital, Antônio Girotto Junior, elenca os incidentes mais comuns.

      “Os incidentes mais frequentes que acompanhamos, disparado, são de quedas. Em seguida, temos intoxicação por medicamentos ou produtos de limpeza, queimaduras, sufocação ou engasgo e afogamento. Oferecer um atendimento que proporcione segurança aos responsáveis faz toda a diferença para tranquilizá-los no momento”, detalha.

      Segundo o Ministério da Saúde, em 2019, 52.613 crianças de zero a 14 anos foram hospitalizadas por quedas, como da escada, do degrau, dos móveis e da cadeirinha, já que os tipos de quedas mais populares envolvem algum tipo de altura.

      “As crianças estão em constante desenvolvimento e, em algumas idades, é comum se arriscarem para conhecerem seus limites. Prepare o ambiente para recebê-las, coloque grades de proteção em berços e camas, dificulte o acesso protegendo varandas, janelas e piscinas e, o principal, acompanhe tudo de perto”, pontua.

      Em segundo lugar da lista está o afogamento, responsável pela morte de uma criança (de 1 a 9 anos de idade) a cada três dias em casa, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), com dados do SUS.

      “Qualquer local com água merece atenção redobrada, seja na piscina, banheira, balde ou até mesmo nas privadas. Crianças que sobrevivem a casos assim podem ter sequelas gravíssimas”, alerta Girotto.

      O pediatra conta ainda que a intoxicação por algum medicamento ou produto de limpeza também é comum e pode oferecer sérios danos à saúde.

      “Itens que podem ser perigosos neste sentido devem ser mantidos fora do alcance das crianças, em armários altos. Se, por algum descuido, forem ingeridos, a orientação é procurar atendimento médico com urgência”.

      As queimaduras também ganham destaque, já que a cada dez pessoas que se queimam no Brasil, três são crianças.

      Um levantamento do Ministério da Saúde, feito no atendimento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), exemplifica esse número: apenas nos quatro primeiros meses de 2021, mais de seis mil crianças e adolescentes foram internados com queimaduras.

      “Os adultos devem manter os pequenos longe de tudo que possa causar qualquer tipo de queimadura, como ferro de passar roupa e panelas no fogão. Estas, inclusive, devem estar sempre com os cabos virados para dentro do fogão. Em caso de acidente, limpe o local com água e entre em contato com o pediatra para verificar a necessidade de procurar atendimento”, orienta o médico.

      Sufocação ou engasgo estão entre as ocorrências que podem ser graves e ocasionar óbitos, e, de acordo com o Ministério da Saúde, as crianças até um ano são as mais acometidas, sendo 77% das vítimas.

      “É nessa fase que as crianças tendem a colocar tudo o que encontram na boca. Reveja o ambiente e tire tudo que possa ser facilmente ingerido. As refeições também merecem atenção especial e devem ser feitas sob a supervisão de um responsável. É importante que os responsáveis procurem aprender as manobras de desengasgo, pois elas auxiliam em uma intercorrência. Há vídeos explicando o passo a passo de como agir nesse momento”, conclui.