A cidade de Campinas, por mais incrível que possa parecer, já teve o segundo melhor sistema de transporte do país. Em 1992, a cidade ficou atrás apenas de Salvador com os melhores sistemas de ônibus, com uma frota nova e eficiente.

Desde então, o sistema de transporte coletivo de Campinas apenas caiu em declínio, agravado com a chegada dos perueiros à cidade em novembro de 1997, trazidos na calada da noite pelo então caótico prefeito Francisco Amaral.

Mas afinal, o que o sistema de transporte de Campinas tinha em 1992 que não tem hoje? Naquela época, todo mundo ganhou: as empresas, os passageiros, a prefeitura e a antiga Setransp, que era a gerenciadora do sistema antes da chegada da péssima Emdec em 1994.

Uma enorme linha de crédito foi liberada pelo BNDES na época para que as empresas de ônibus fizessem compra de ônibus novos. Todas praticamente renovaram a frota inteira com veículos de linha pesada, como Scania, Volvo e Mercedes-Benz com chassis de motorização traseira. A URCA, a Viação Santa Catarina e a TUCA foram as que mais compraram.

O sistema de transporte era eficiente e rigorosamente fiscalizado pela Setransp e seus competentes funcionários. Alguns deles ainda estão trabalhando na Emdec, outros já se aposentaram, mas na época do auge do transporte foram eles quem fizeram a diferença.

Os terminais integrados nos bairros, como Campo Grande, Ouro Verde e Barão Geraldo funcionavam muito bem com as linhas de bairro bem integradas com as linhas que iam pro Centro via paradoras, expressas e semi-expressas. Veículos articulados foram incorporados à frota, trazendo mais conforto para os passageiros.

A Emdec foi reativada na mesma época para fazer o transporte da região do Campo Grande, até então a cargo da TUGRAN, sob intervenção da prefeitura. Moradores da região dizem que foi a melhor época do transporte.

Não adianta apenas as empresas se movimentarem se o poder público não faz a parte dele. Politicagem e muita falta de conhecimento só afasta os passageiros do transporte público.

Da Redação ODC.