Duas ruas do bairro Cidade Satélite Íris em Campinas começaram a serem reformadas para receber brinquedos. As ruas Fernando Pereira Netto e Dr. Dante Erbolato ladeiam o Centro de Educação Infantil (CEI) Dom Edward Robinson de Barros Cavalcanti.
As intervenções começaram às 13h desta segunda-feira, 21 de outubro, e contarão com a presença de agentes da mobilidade urbana para orientação à população e monitoramento do fluxo na região. As vias receberão as obras nos seguintes trechos: a rua Fernando Pereira Neto, entre as ruas Tom de Araújo e a Dr. Dante Erbolato; e a Dr. Dante Erbolato, entre a r. Fernando Pereira Neto e a r. Reverendo José Coelho Ferraz.
Para reforçar a segurança infantil no entorno da instituição, assim como proporcionar espaços que estimulem o brincar, esta primeira fase de implantação do projeto terá foco na extensão de calçadas com tinta azul, balizadores e tachões, promovendo a ampliação do espaço destinado aos pedestres em cruzamentos e encurtando travessias. Também serão implantadas sinalizações de chão (horizontal) e placas (vertical), e pintura lúdica nas calçadas e muros.
Para garantir a acessibilidade nos trechos, será implantada rampa de concreto para acesso à vaga exclusiva para pessoa com deficiência, além de chapas metálicas antiderrapantes.
Em data que será anunciada em breve, as duas ruas passarão a ter sentido único de circulação nos trechos que recebem o projeto. A previsão é de que esta primeira etapa seja finalizada até o final de outubro.
“Trouxemos as crianças para o foco do planejamento urbano, e contamos com a contribuição delas para a construção deste projeto. É um passo essencial para criar cidades mais inclusivas e acolhedoras. Ao atender as necessidades das crianças, estamos construindo comunidades mais seguras, fortalecendo os vínculos sociais e melhorando a qualidade de vida local”, avalia Michelle Rosa, coordenadora de Inovação em Urbanismo e Mobilidade, da Emdec.
O investimento da Emdec é de R$ 250 mil. Há também investimento via Fundação FEAC. A implantação do projeto conta, ainda, com o apoio das secretarias de Educação e de Serviços Públicos, pela Administração Regional 13.
Próximas fases incluem criação de praça voltada aos pequenos
Em uma segunda fase do projeto, será instalado mobiliário urbano nas extensões de calçada e percursos lúdicos criados, com bancos, vasos e lixeiras. Uma terceira fase, com previsão de realização até fevereiro de 2025, ainda inclui a criação de praça em terreno na rua Fernando Pereira Neto, diante da escola, com pergolado, piso emborrachado, parque naturalizado, mobiliário e paisagismo.
“O ‘Caminhos do Brincar’, mais que uma intervenção estratégica, garantindo a segurança e autonomia da criança para frequentar a escola, tem um caráter simbólico muito importante: colocar a criança como protagonista do planejamento urbano, dentro dos seus direitos de cidadão”, destaca Thiago Ferrari, coordenador do PIC, lembrando que é preciso refletir sobre como o espaço urbano é concebido para o homem em idade produtiva, e que, neste desenho, a criança é uma das principais prejudicadas em seus direitos. “O projeto proporciona isso: a autonomia da criança; o olhar da criança, porque houve a escuta; e o cuidado, permitindo que ela tenha interação com o território e com os cuidadores”, explica, acrescentando que isso contribui para o pleno desenvolvimento infantil.
Urbanismo tático ajudará a priorizar a infância
A estratégia de intervenção escolhida para a ação é o urbanismo tático, que usa soluções de baixo custo e de rápida implementação para melhorar o desenho de uma via ou espaço público. Neste caso, o foco do projeto está nas crianças e suas famílias, tornando as vias mais seguras para pedestres e ciclistas que circulam na região.
A arquiteta Úrsula Troncoso, fundadora do Ateliê Navio, conta que, para chegar ao desenho do projeto, a equipe conversou com crianças, educadores e responsáveis que circulam na região. “É um deslocamento diário de mais de 500 famílias e a maioria faz este trajeto a pé”, ressalta. Ela explica que foram colhidos dados quantitativos, como velocidade dos automóveis, nível de poluição do ar, quantidade de automóveis e pedestres; e qualitativos, como a percepção de segurança e dificuldade para caminhar. “A ideia é que a gente consiga desenvolver um modelo e, para isso, estamos usando o urbanismo tático, para fazer testes mais rápidos, com um valor não tão alto de implementação, e que possamos tirar dados e entender se conseguimos chegar aos resultados esperados”, diz, destacando que, em caso de ajustes necessários, é possível realizá-los mais facilmente.
Sobre o “Caminhos do Brincar”
O projeto prioriza a primeira infância na construção de deslocamentos mais seguros e contou com uma fase de diagnóstico no segundo semestre de 2023. Durante este período, as equipes ouviram crianças da escola e seus cuidadores, professores e moradores do entorno. Também avaliaram dados como a contagem de pedestres e veículos que circulam na região. O objetivo é ampliar o projeto, futuramente, para outros territórios da cidade.
Além das intervenções de urbanismo tático, a ação considera o ordenamento do trânsito no entorno da instituição escolar. Para o desenvolvimento de sinalização, a Emdec realizou voos com drone, simulações e pesquisas.
Da Redação ODC.
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