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      Menino no barril: sargento relata o que viu na casa da família

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      O segundo sargento da Polícia Militar Mike Jason trabalha há 23 anos na corporação.

      Passou dois deles em São Paulo, mas há 21 está em Campinas.

      E o caso que aconteceu no Jardim Itatiaia neste sábado, quando um um menino de 11 anos de idade foi resgatado de um barril, chocou o militar.

      Durante uma entrevista ao ODC para explicar o caso, o sargento se emocionou ao lembrar de como viu a criança no barril.

      “Quando chegamos lá, os vizinhos estavam em pânico. Foi aí que vimos que, no alto de um dos barracos, tinha uma pessoa olhando para gente por uma fresta. Quando chegamos lá para tirá-lo, foi muito triste. Tinha uma telha brasilit, que esquenta muito, e em cima uma pedra grande de mármore para impedir qu ele saísse de lá. O garoto dentro do barril, cheio de fezes e urina me chocou. Ele disse para mim que comia as fezes porque não davam alimentação”, contou.

      Foi necessário uso de ferramentas de corte para tirar as amarras que a criança estava usando. Depois que ela foi tirada do barril, os policiais deram água.

      O Samu foi acionado, e o garoto levado imediatamente ao Hospital Ouro Verde.

      “Parecia uma daquelas crianças da África, que passam fome por não ter o que comer. Mas o que eu vi depois, foi de cortar o coração ainda mais”, lembra o sargento.

      Indignado com a situação, Mike Jason entrou na residência para verificar se havia comida ou alguma outra situação que justificasse o menino estar daquela forma.

      Mas, o policial encontrou um cenário completamente diferente.

      “Os armários cheios de biscoitos, bolachas, achocolatado. Sabe… [respirada profunda] É uma casa que não falta comida, e eles não davam nada para o menino. Fiquei ainda mais revoltado”, afirma.

      O segundo sargento acompanhou a ocorrência por causa da gravidade da situação, mas não deixou de se emocionar ao lembrar que tem um filho exatamente da mesma idade do garoto.

      “[emocionado] Eu tenho um filho de 11 anos, exatamente a idade deste menino, que podia ter tantas coisas, e era mantido deste jeito”, finaliza.

      A história

      O garoto de 11 anos não é filho biológico do casal que foi levado para a 2ª Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas na noite deste sábado.

      Segundo o que a PM apurou, uma mulher, usuária de drogas, chegou a afirmar que o homem seria o pai biológico, mas depois foi constatado que não.

      Ainda assim, a família conseguiu a guarda definitiva do menino.

      Ele, a atual esposa (madrasta) e a filha dela (meia-irmã do garoto) foram indiciados por tortura (as duas por omissão).