Não houve boicote na licitação do transporte em Campinas: entenda os erros da imprensa e de vereador

A licitação do transporte coletivo em Campinas será retomada bem antes do previsto, reafirmando o compromisso da Emdec e da Prefeitura com a renovação do sistema, que está necessitando praticamente se reinventar.

O problema é que a divulgação de uma nota oficial por parte da prefeitura, e que foi praticamente copiada por toda a imprensa da cidade, está repercutindo de forma errônea. Alguns veículos estão divulgando várias informações erradas e agora vamos corrigi-las aqui.

É importante lembrar que o único veículo que estava presente na sessão de abertura dos envelopes da licitação era o Olhar da Cidade. Nenhum outro veículo esteve presente, e se basearam apenas em entrevistas posteriores e na nota da prefeitura, onde foi dito que havia “estranheza” na falta de propostas.

O transporte coletivo é um tema que sempre rende muitas visualizações nas redes sociais e nos sites de imprensa, porém quase ninguém tem o interesse de ir atrás da informação correta, e publica qualquer coisa de qualquer jeito.

Primeiramente, um veículo chegou a divulgar que o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, estava presente na sessão de abertura dos envelopes, o que não é verdade. Quem presidiu a sessão foi André Aranha, funcionário de carreira da empresa.

Outro site, que se diz especializada em transportes, disse que a associação que representa as empresas de ônibus de Campinas quer operar também as linhas das cooperativas, o que é mentira.

De acordo com a associação, inclusive isso chegou a ser ajuizado, o interesse é que as linhas das cooperativas também sejam licitadas para que os permissionários passem também a serem concessionários e arquem com as mesmas obrigações que as viações.

Dessa forma, os investimentos de cooperativas e empresas seriam equiparados, sem gerar desequilíbrio. Hoje, apenas as empresas são concessionárias e os cooperados são permissionários, que têm menos responsabilidades.

Outra informação errada divulgada massivamente pela imprensa campineira e que foi “comprada” por um vereador, é de que houve um “boicote” das empresas ao sistema licitatório.

Em uma licitação, ninguém é obrigado a participar do processo. Tanto que se o processo tivesse realmente sido bem elaborado, empresas de fora da cidade teriam entrado e até ganho, porém não foi o que aconteceu.

O vereador que comprou a ideia até convocou uma reunião para discutir o assunto, mas mostra total desconhecimento do assunto e joga toda a culpa nas atuais operadoras.

O que ele não deve saber é que o edital prevê um contrato de 15 anos, com lucro apenas a partir do 12º. Em nenhuma empresa isso acontece, por quê as empresas de ônibus deveriam se submeter a tais condições esdrúxulas?

Imagine uma empresa operando 11 anos no prejuízo, e ainda tendo que comprar 200 ônibus elétricos, que custam quase o triplo de um convencional a diesel.

Não houve estranheza nenhuma na licitação vazia, o que houve é um edital mal elaborado com condições completamente desfavoráveis para qualquer empresa do ramo. É importante ressaltar que em São José dos Campos as condições são as mesmas e a licitação também deu esvaziada, e nem por isso a prefeitura disse que houve boicote de quem opera lá.

Antes de falar, é importante sempre apurar, o que parece faltar na imprensa campineira.

José Gaveta – Da Redação ODC.
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