A prefeitura de Campinas, em pleno ano eleitoral, acaba por reforçar uma política excludente ao não tomar providências quanto à parada de ônibus da Avenida Campos Salles, em frente ao prédio da Guarda Municipal.
As justificativas são as mais esdrúxulas possíveis: os usuários do transporte não querem que parem na Guarda, a maioria já desce no Terminal Central, o local é inseguro… Tudo o pior possível para não fazer a parada ali.
Só que o ponto continua lotado e as outras linhas que param ali seguem embarcando e desembarcando um enorme número de pessoas. Será que realmente as pessoas não querem descer ali?
Por muitas vezes a reportagem do ODC presenciou pesquisas feitas por equipes da Emdec sem qualquer preparo. Muitos nem sabiam do que se tratava o assunto e ficavam batendo papo com os passageiros, induzindo as respostas deles.
Na tal pesquisa que a Emdec diz ter feito para embasar a justificativa da não parada na Moraes Salles, a população diz preferir ir até o Terminal Central, mas a realidade nas ruas é totalmente diferente.
Seria interessante que as equipes técnicas da Emdec fossem a campo ver a realidade da população, e não ficar se baseando em pesquisas feitas por pessoas totalmente despreparadas.
Enquanto isso, a população mais necessitada do transporte na cidade acaba ficando excluída do BRT. Ao invés da prefeitura promover a união da cidade e incluir o máximo de pessoas no novo sistema de transportes, ela simplesmente as exclui com justificativas sem pé e nem cabeça.
Várias campanhas, abaixo-assinados e pedidos foram feitos para que a parada do BRT na Guarda Municipal seja autorizada, mas mesmo assim a Emdec ignora tudo e se baseia em outra coisa que também não tem o menor cabimento: o tempo de espera.
Diz a Emdec que se o BRT11 começar a parar no ponto da Avenida Moraes Salles, a linha vai atrasar ainda mais pois ficará mais tempo parada. Tal justificativa não tem qualquer cabimento, uma vez que a linha já fica travada em outros pontos em que ela nem para, como na Avenida Senador Saraiva, e o atraso acontece da mesma forma.
O tempo médio de adição no ciclo da linha BRT11 com a parada na Avenida Moraes Salles não seria mais do que três minutos, o que impactaria quase nada na circulação da linha, e ainda atrairia mais passageiros para o novo sistema.
Enquanto a prefeitura e a Emdec se recusarem a colocar o BRT11 para fazer paradas na Avenida Moraes Salles, os que mais usam o transporte vão continuar sendo excluídos e dependente de um sistema paralelo e perigoso.
Da Redação ODC.
Leia também: Operação contra o transporte clandestino apreende veículos no Aeroporto de Viracopos