O sistema de transporte de Campinas deverá sofrer uma grande mudança a partir do ano que vem com a entrada em operação do sistema BRT, que está em fase final de conclusão na maior parte dos trechos.
• PONTOS POSITIVOS
1. MAIOR AGILIDADE
Os ônibus do BRT vão circular por vias totalmente exclusivas, ou seja, ganharão em velocidade e desempenho, não ficando presos em congestionamentos e nem em semáforos demorados.
2. MAIOR FREQUÊNCIA
Com a reorganização das linhas e com o tempo menor de percurso, os passageiros vão ficar menos tempo no ponto esperando. A estimativa é de que a espera nos pontos expressos seja de no máximo três minutos.
3. CONTROLE PELO CENTRO DE OPERAÇÃO
Ao contrário do atual sistema, que depende da boa vontade dos fiscais nos terminais, o BRT é gerenciado pelo Centro de Controle Operacional, que determina o aumento ou a redução da velocidade do veículo, e que libera outros ônibus para cobrir eventuais quebras ou atrasos, não deixando o sistema “quebrar” o ciclo, ao contrário do que acontece hoje quando passam três ônibus juntos e depois fica uma hora sem passar nada.
4. MAIS CONFORTO
Com a redução dos ciclos e reorganização das linhas, os ônibus tendem a andar mais vazios. Os passageiros serão melhor distribuídos nos coletivos, tanto nas linhas alimentadoras quanto nas linhas expressas.
5. ACESSIBILIDADE TOTAL
Com as estações em piso alto, a acessbilidade será muito mais rápida. Um deficiente conseguirá embarcar rapidamente sem a necessidade de usar o elevador, que nem sempre está funcionando. Sem escadas, todos podem entrar e sair mais rapidamente, agilizando o deslocamento.
• PONTOS NEGATIVOS
1. VIAS SEM DIVISÃO
Os corredores construídos em Campinas têm apenas uma faixa branca pintada no solo, ao contrário de ter tachões em amarelo separando a pista de carros e de ônibus. O certo era ter a separação para evitar que carros e motos invadam a pista, mesmo sabendo que serão multados por câmeras.
2. VIAS PADRÃO “BRS” EM PARTE DO TRAJETO
Alguns trechos depois do Terminal Ouro Verde no sentido Vida Nova e depois do Terminal Campo Grande no sentido Itajaí, os corredores são comuns, com entrada normal pela esquerda. Se os veículos expressos circularem por essas vias, perderá em agilidade e os passageiros perdem em conforto, pois são estações pequenas que podem ficar superlotadas.
3. CRUZAMENTOS COM SEMÁFOROS PARA PEDESTRES E MOTORISTAS
Em vários trechos há semáforos para os passageiros atravessarem a via e para os carros transporem a avenida, sendo que o correto era ter passarelas, evitando o cruzamento em nível. O risco de atropelamento e de colisões será muito grande (mas apenas se os passageiros, os motoristas de carros e os motociclistas não respeitarem os semáforos).
4. LOOP NO CENTRO FARÁ FALTA
O projeto de ter um círculo para o BRT operar no Centro da cidade e que foi descartado fará falta, pois os ônibus terão que parar no Terminal Central, já saturado, e os camelôs vão sair de lá apenas dentro de dois anos, ou seja, o terminal será ampliado apenas depois disso, ou talvez nem seja ampliado dependendo do prefeito que for assumir no ano que vem. Os problemas serão grandes e prejudicará a operação.
5. OPERAÇÃO ACOMPANHADA PELA EMDEC
Tudo que a Emdec faz no transporte já é de péssima qualidade, então esperar uma operação decente é muita coisa. Se ela for operar o BRT como opera o atual falido sistema da cidade, a obra toda será um grande desperdício de dinheiro.
Da Redação ODC.
Leia também: Mulher leva homem morto para fazer prova de vida em Campinas