História dos Transportes em Campinas | A região do Ouro Verde (Capítulo 20)

Com o corredor de ônibus sendo construído, a prefeitura de Campinas começou a buscar o modelo de trólebus a ser implantado na cidade. Alguns modelos foram cogitados, mas o apresentado pela Powertronics foi visto como o mais viável.

Chamado de Tritólei, o trólebus campineiro foi assim apresentado na revista Transporte Moderno, até hoje uma das principais publicações do setor de transporte no Brasil.

O nome Tritólei vem de três eixos, pois o coletivo que seria produzido para a cidade de Campinas seria trucado, ou seja, com um eixo na frente e dois atrás, considerado uma revolução no transporte urbano.

Foi montado um protótipo do veículo como modelo para as próximas unidades, mas não saiu disso. A primeira unidade saiu com carroceria da Marcopolo, modelo Torino 1983, e o chassis era da Volvo, possivelmente B58.

Não há muitas informações de ordem técnica sobre esse protótipo, mas apenas uma foto feita em um ferro velho da cidade de Curitiba. É a única imagem que há sobre esse veículo.

O coletivo chegou a ser pintado na cor cinza, que mais tarde viria a ser da empresa URCA – Urbanos de Campinas, nome fantasia que substituiu o Viação Campos Elíseos.

Com as rodas raiadas, deduz-se ser um Volvo o chassi do trólebus campineiro. As informações sobre o quadro elétrico do veículo, que ficou a cargo da Powertronics, consta na matéria da Revista Transporte Moderno.

Não há a informação também se esse veículo chegou até a cidade de Campinas, ou se foi descartado ainda em Curitiba, onde fica a sede da montadora Volvo no Brasil, com seu parque fabril instalado por lá.

Apesar de ser trucado, ou seja, mais longo que os veículos convencionais que rodavam pela cidade na época, o tritólei não tinha 15 metros de comprimento, como tem os trucados de hoje.

O tritólei tinha 14 metros de comprimento, algo inovador para a época já que a cidade de Campinas ainda não contava com veículos articulados e muito menos biarticulados.

A grande maioria dos veículos urbanos que operavam na cidade ainda eram coletivos pequenos, com tamanho entre 11 e 12 metros, o que era muito pequeno pelo volume de pessoas que transportava. Por isso viviam abarrotados de gente.

No próximo capítulo, vejam que fim levou o tritólei e projeto de trólebus em Campinas.