História dos Transportes em Campinas | A região do Ouro Verde (Capítulo 5)

Nos anos 70 do século passado o Brasil viveu um “boom” de empreendimentos imobiliários por conta de investimentos advindos do Governo Federal. Vários projetos financiados pelo antigo BNH, que era o Banco Nacional de Habitação, se espalharam pelo país.

Em Campinas não foi diferente. Vários espaços até então vazios receberam investimentos federais e comandados pela COHAB da cidade. Um dos projetos de implantação habitacional na cidade foi o Projeto Cura.

O Projeto Cura, sigla de Comunidade Urbana para Recuperação Acelerada, previa a implantação de completa infraestrutura em bairros que estavam nascendo. Um dos maiores exemplos do Projeto Cura na região está em Sumaré, na região do Bairro São Judas. Por isso a região chama Área Cura.

Voltando para Campinas o Projeto Cura foi implantado em algumas vilas localizadas “depois” da Via Anhanguera, como o Jardim Novo Campos Elíseos e Jardim Santa Lúcia. Mais para frente, tudo ficou a cargo da COHAB.

Na faixa de fazendas localizadas entre a Via Santos Dumont e a Estrada do Santa Lúcia, começou a nascer em meados da década de 70 o Conjunto Habitacional Monsenhor Luiz Fernando Abreu, também conhecido como COHAB I.

O objetivo era ocupar a área lindeira ao DIC – Distrito Industrial de Campinas. Isso apelidou o conjunto habitacional de DIC. Como ainda não havia os outros bairros, a região era chamada apenas de COHAB, e não de DIC, como é hoje.

Nas imediações já existiam outros bairros como o Parque Dom Pedro II e o Jardim Ouro Verde. Outras vilas como o Jardim Aeronave de Viracopos e Jardim São Pedro de Viracopos também começavam a aparecer.

O COHAB I era dotado de apartamentos em edificações de quatro e cinco andares, e casas térreas ao redor. Infelizmente a infraestrutura chegou depois da população, mas os ônibus começavam a circular por lá.

A Viação Campos Elíseos era a única que conseguia chegar lá com seus veículos, muitos em mau estado de conservação por conta das péssimas condições do viário. As ligações eram todas feitas pela Estrada do Santa Lúcia e acesso pelas vias laterais à esquerda.

No mesmo tempo começaram a aparecer vários outros bairros que tiveram a regularização fundiária feita apenas décadas depois. A linha do Jardim Aeroporto foi uma das primeiras que surgiu na região.

Com o passar do tempo e com o aumento da população na região, outras linhas foram surgindo. Ainda em meados dos anos 70 já existia a linha do Jardim Recanto do Sol, com ponto final no atual extinto Terminal 2 – Avenida Moraes Salles.

A linha do Jardim Aeroporto até então a mais cheia de todas, tinha ponto final no Terminal 4 – Convívio. Outras linhas surgiram como a do Parque Universitário, COHAB 1, Parque Dom Pedro II e Jardim Shangai. Todas eram diretas para o Centro, mas com pouquíssimos horários.

Os bairros vão ganhando linhas, mas com tabelas super reduzidas. Algumas linhas tinham intervalo de mais de 2 horas, outras operavam apenas no período da manhã e à tarde. Uma ou outra tinha intervalos menores, até porque essas linhas não eram regulamentadas, era tudo feito para atender mas sem ser regularizado pela prefeitura.

Enquanto isso, bairros começavam a nascer na região da Santos Dumont. No próximo capítulo vamos falar sobre o nascimento do Jardim Itatinga.

Da Redação ODC.
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