A EMTU, empresa do Governo do Estado responsável pela concessão das linhas de ônibus intermunicipais nas regiões metropolitanas de São Paulo, trata a Região de Campinas com um enorme descaso. Na certeza de que não acontecerá nada, os funcionários de determinadas empresas de ônibus que fazem trajetos entre as cidades da região acabam sofrendo com salários atrasados, benefícios não pagos e vários outros problemas.
Em 2014 foi feita a licitação dessas linhas e quem ganhou foi o Consórcio Bus+. Um consórcio é um conjunto de empresas, mais fácil para a EMTU lidar pois assim ela não precisa conversar empresa por empresa, ela conversa diretamente com o consórcio e uma determinada mudança já se aplica automaticamente a todas às empresas que fazem parte dele. As empresas que fazem parte do Consórcio Bus+ são: Jota Jota, Campestre, Metrópolis, Fênix, Salamanca e Capellini. A Jota Jota e a Campestre têm apenas 1 linha cada. A Fênix tem três linhas, a Metrópolis outras 4, a Salamanca tem duas e a mais de uma centena das outras linhas são todas da Capellini. Ou seja, o comando do consórcio é da Capellini.
Curiosamente desde então o tal do consórcio não começou a operar. E curiosamente também o nome “Auto Viação Ouro Verde” sumiram dos ônibus da empresa desde 2015. É a agora chamada “Viação Sem Nome”. A EMTU, cada hora arruma uma desculpa. Já fez vários cronogramas que não foram cumpridos. Quando acontece uma greve, a EMTU se aproveita disso e fala: a empresa grevista será trocada pelo Consórcio Bus+ em dois meses. E assim por diante vai postergando. Alguns funcionários da Viação Boa Vista já trabalham no Terminal Metropolitano de Campinas com o crachá da Capellini. Na verdade, a Capellini é a reunião das empresas Boa Vista, Ouro Verde, VB e Rápido Luxo Campinas, que continuarão circulando com os mesmos ônibus e com os mesmos funcionários, apenas com o nome trocado na lateral de cada veículo. Só que isso até agora, não aconteceu.
Nem a bilhetagem eletrônica foi totalmente efetivada ainda. Apenas alguns cartões vale-transporte já foram emitidos no novo padrão. O ponto crucial que “adia” a “entrada” do “novo” consórcio é a renovação de frota. Os veículos da Boa Vista e da Rápido Luxo em sua maioria já estão beirando os dez anos de uso. Na Ouro Verde sua frota completa cinco anos agora em 2017, assim como a da VB. A média da idade da frota tem que ser cinco anos no máximo. Se as demais empresas comprassem 100% de veículos zero-quilômetro, não seria suficiente para baixar essa idade tão alta, já que não dá nem 30 ônibus, ante os mais de 400 da Capellini. A frota nova não chega, e o “consórcio” não “entra”.
Agora abaixo, vejam como a EMTU se contradiz. Ou ela tem uma assessoria de imprensa muito ruim, ou acha que o povo da região de Campinas é trouxa.