Cuidar da sua saúde odontológica pode prevenir o câncer de intestino?

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Mais de 40 mil novos casos de câncer de intestino são descobertos por ano no Brasil, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

É o segundo tipo de câncer mais frequente tanto em homens quanto mulheres no país.

A médica coloproctologista Larissa Berbert explica porque as cáries e doenças periodontais podem aumentar o risco de desenvolver a doença e como se prevenir.

De acordo com a especialista, para que as células do intestino comecem a se alterar e resultem em um câncer, elas sofrem pela influência complexa de vários fatores.

“Alguns exemplos são a dieta, agressões ambientais, imunidade do indivíduo, alterações na microbiota e predisposição genética. Esse processo é conhecido como carcinogênese”, explica.

Há bactérias que participam ativamente desse processo, como por exemplo a bactéria Fusobacterium nucleatum, uma espécie que habita a cavidade oral e a microbiota fecal dos pacientes com câncer colorretal.

“Ela chega ao nosso intestino através da deglutição ou pela corrente sanguínea. Essa bactéria também se relaciona com processos inflamatórios dentários, como cáries e periodontite. Há estudos populacionais que confirmam que doenças periodontais e perda de dentes estão associadas com o aumento de risco de câncer não só de intestino, como também de pulmão e pâncreas”, afirma.

Prevenção e sintomas

Outros fatores de risco para desenvolver o câncer de intestino são tabagismo, sedentarismo, obesidade e ingestão de álcool em doses acima de 30g por dia.

“15% dos casos são de caráter hereditário e, nas demais situações, é raro acontecer antes dos 40 anos, então a idade é um fator importante”, diz.

Segundo Larissa, a dieta ocidental está relacionada com o aumento do risco de câncer de intestino, devido ao consumo de embutidos, gorduras processadas, refinados e industrializados.

“A deficiência de alguns alimentos, por conta de hábitos alimentares ruins, também pode influenciar. O consumo de fibras, pelo contrário, é um aliado na prevenção”, orienta.

No estágio inicial, os pacientes podem não apresentar nenhum sintoma, por isso é indicado que todos façam exames de prevenção (colonoscopia) a partir dos 45 anos, ou até antes caso tenha histórico da doença na família.

Há outros métodos de rastreamento do câncer colorretal, como pesquisa de sangue oculto e até mesmo a procura dessas espécies de bactérias chamadas oncogenicas na saliva ou nas fezes das pessoas (ainda em caráter experimental), mas até o momento o que tem mais resultados em termos de diminuição de mortalidade é a colonoscopia.

Alteração do hábito intestinal (diarreia ou constipação), dor abdominal, estufamento, perda de peso, afilamento das fezes, sangramento e anemia podem ser sintomas de tumores intestinais”, diz.

Tratamento

De acordo com dados do INCA, o câncer de cólon e reto é o terceiro tipo que mais causa mortes no Brasil.

“Se o diagnóstico for feito de forma precoce, a grande maioria dos pacientes consegue ser curado, com o tratamento que pode ser por ressecção local, cirurgia, quimioterapia e/ou radioterapia”, explica.

A coloproctologista afirma que, quanto mais as células tumorais tiverem atingido outros órgãos, menor é a chance de cura.

“Ainda assim, os tratamentos têm evoluído para mesmo nos casos mais avançados, melhorar a sobrevida e qualidade de vida dos pacientes”, finaliza.

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