A última chance da cidade voltar a ter um transporte decente

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A cidade de Campinas está tendo uma das únicas oportunidades recentes de ter um excelente sistema de transporte coletivo urbano. Por duas vezes a cidade desperdiçou a chance e agora ganha mais uma oportunidade.

Na primeira vez Campinas teve a chance de ter um moderno sistema de transporte por trólebus, também conhecidos como ônibus elétricos, no corredor da Avenida das Amoreiras. Em um determinado local, os trólebus iriam se integrar com um modal ferroviário leve, que ia fazer o transporte de massa até a região do Ouro Verde, porém quase nada disso saiu do papel.

Para não dizer que nada saiu do papel, houve as obras do corredor das Amoreiras com a implantação dos pontos de parada, mas não passou disso. A rede aérea de energia não foi instalada e apenas um trólebus foi fabricado, mas sem energia elétrica acabou nem chegando a Campinas.

A segunda oportunidade veio poucos anos depois, com a chegada do sistema de Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT. O sistema era chamado de leve por causa da sua capacidade de transporte, que era menor do que a de um metrô, mas maior do que a de ônibus articulados.

O sistema foi implantado apenas em parte e operou apenas no prejuízo, já que era integrado apenas com uma linha de ônibus. Dessa forma, a prefeitura acabou minando o projeto pois também não era interesse do então novo Governo do Estado manter a operação da linha em Campinas por meio da extinta Fepasa, que seria privatizada tempos depois.

A linha do VLT acabou sucateada e os trens, transportados para outras cidades e parte deles foram destruídos pelo tempo. Agora, Campinas ganha uma nova chance, com o BRT do Campo Grande e do Ouro Verde. O transporte de média capacidade promete agilizar os deslocamentos dos distritos para o Centro da cidade.

Mesmo com as obras atrasadas, absolutamente, as frentes de trabalho que ainda estão na ativa seguem fazendo o serviço de forma mais acelerada, como é o caso da Avenida João Jorge. Apesar de ninguém da alta cúpula da Emdec andar de ônibus, espera-se que a operação seja no mínimo satisfatória pois não adianta ter corredores se o passageiro vai ficar meia hora no ponto esperando um coletivo passar.

A expectativa é muito grande e o ODC também quer que dê tudo certo, para que a população tenha um transporte mais digno e eficiente, porém vai continuar denunciando os problemas quando eles acontecerem, além de mostrar os atrasos na obra, até porque a população tem o direito de saber a verdade.

Da Redação ODC.