A tradicional Festa do Boi Falô realiza a sua 27ª edição nesta Sexta-Feira Santa, dia 7 de abril, a partir das 10h, na Praça do Coco, no distrito de Barão Geraldo. O evento é promovido pela Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas em parceria com a Subprefeitura de Barão Geraldo.
A festa é considerada a maior celebração popular do distrito de Barão Geraldo. A Lei nº 8907, de 1996, tornou oficial a Festa do Boi Falô, que passou a integrar o calendário oficial do Município de Campinas.
Versões
Por se tratar de uma lenda, há várias versões do Boi Falô e são contadas de diferentes maneiras. Moradores de Barão Geraldo, da Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo, têm uma versão do Boi Falô que não contém a figura do Toninho nem a do Barão Geraldo de Rezende. Segundo esses moradores do distrito, o episódio ocorreu no Capão do Boi, que era um pequeno bosque na entrada de Barão que foi derrubado para a construção, por volta de 1974, na Avenida Romeu Tórtima, no passado, conhecida como Avenida 1.
Segundo eles, a versão da lenda tradicional é que numa sexta-feira da Paixão, um capataz da fazenda Santa Genebra pediu a um caboclo, escravizado ou empregado (são várias versões) que fosse buscar uns bois que ficaram deitados no Capão do Boi. O escravizado ou empregado foi até o local (em uma versão, era um adolescente que levou o cachorro junto) com uma vara e, lá chegando, começou a tocar os bois. Com a insistência um dos bois falou “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”.
O rapaz, assustadíssimo, correu de volta para contar o fato ao capataz, que não acreditou. Depois de brigar com ele, foi junto (a cavalo) até o Capão do Boi e mandou o rapaz tocar o boi. Ao ser tocado, o boi novamente disse: Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”. Assustados, o capataz e o rapaz retornaram para a fazenda e o capataz decidiu ir para sua casa, onde não saiu mais naquele dia.
A versão com Toninho e o Barão
A festa foi criada em 1988 para comemorar o centenário da Abolição, já que a lenda do Boi Falô também é popularmente contada na história do escravizado Toninho, forçado a trabalhar numa sexta-feira santa, obedeceu e, chegando ao pasto o boi olhou para ele e disse: “Toninho, hoje não é dia de trabalhar, hoje é dia de se guardar”.
O escravizado correu para a sede da fazenda gritando: “o boi falô, o boi falô!” e contou o que havia acontecido e, naquele dia, ninguém trabalhou. O capataz, que era homem descrente, virou rezador e Toninho virou pessoa de confiança do Barão Geraldo de Rezende, trabalhando dentro da casa até sua morte, quando foi enterrado ao lado do Barão por seus serviços prestados à família. No dia de Finados, o túmulo de Toninho é um dos mais visitados na cidade.
PROGRAMAÇÃO
Espetáculo com o Teatro de Pano – A Lenda do Boi Falô nas Terras do Barão
A Congada Rosário das Caixeiras das Nascentes
Contação de histórias com Ulisses Junior – A Lenda do Boi Falô
Show Por Todo o Canto de João Ormond
Apresentação do espetáculo Dançando as Raízes Afro Brasileira com o Grupo Savuru
Apresentação artística dos alunos da EMEF/EJA Profª. Dulce Bento Nascimento
Apresentação da Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo do Histórico da Lenda do Boi e do “Pai Toninho” milagreiro. Para a Comissão, t Tanto a lenda como Toninho foram “dessacralizados”
SERVIÇO
27ª Festa do Boi Falô
Dia: 7/04, a partir das 10h
Local: Praça do Coco no Distrito de Barão Geraldo
Realização: A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Campinas em parceria com a Subprefeitura de Barão Geraldo e com o Centro Cultural Casarão
Sobre os grupos:
- TEATRO DE PANO
O espetáculo A lenda do Boi Falô nas Terras do Barão é um espetáculo musical de teatro de cordel e foi um projeto aprovado pelo Ministério da Cultura, Governo Federal em 2000, com o objetivo de resgatar a única lenda da Região Metropolitana de Campinas, que estava se perdendo em detalhes. Este resgate foi um sucesso com apresentações nas escolas, praças, feiras e teatros municipais da região e cumprindo seu objetivo de comunicação com a comunidade, inspirou o nome do loteamento “Terras do Barão”, próximo ao espaço cultural Casarão, no distrito de Barão Geraldo. É espetáculo pioneiro e que, com sua linguagem de cordel e músicas ao vivo, passa a ser único e coloca o Boi Falô como mais um dos bois do Brasil. No elenco, artistas renomados como Ton Crivelaro, Tânia Guinatti, o músico Marcio Freitas e outros.
ULISSES JUNIOR
A Lenda do Boi Falô é um show literário cheio de humor e emoção no intuito de resgatar e divulgar a lenda campineira, além de promover o livro e o hábito de ler e ainda aprimorar as relações entre as pessoas e trazê-las para uma reflexão sobre o cuidar uns dos outros através da ludicidade, da narrativa, da poesia e do riso. Um banquete com contos, trava-línguas, brinquedos cantados, cordéis, bonecos, histórias de tradição oral, poesias e muita alegria. Ulisses Junior publicou o livro infantil “A Lenda do Boi Falô” em literatura de cordel no intuito de divulgar essa história, além de promover os livros e o hábito de ler.
CAIXEIRAS DAS NASCENTES
O grupo popular de percussão Caixeiras das Nascentes é formado por mulheres, que tem a música como forma de partilha e celebração. Fundada em 2009 com pessoas que tinham o interesse em pesquisar a cultura popular de raiz brasileira e a Caixa do Divino. O grupo busca fazer uma releitura das manifestações populares através da memória das integrantes, da prática, aperfeiçoamento e difusão da arte das Caixas do Divino tambor pequeno, originário da Festa do Divino do Maranhão. As Caixeiras das Nascentes têm como devoção cantar e tocar para saudar as festas, as casas, as pessoas, os alimentos e as divindades. O grupo realiza apresentações e intervenções às comunidades, eventos, escolas, universidades, festivais, entre outros; sempre no intuito de partilhar e divulgar saberes relativos à cultura popular de raízes brasileiras: seus cantos, ritmos, danças e brincadeiras e já tem como tradição se apresentar na Festa do Boi Falô.
GRUPO SAVURU DE TEATRO E DANÇA
O Grupo Savuru surgiu em 1979 na região do DIC I, com a proposta de trabalhar a cultura popular brasileira de Origem Afro, pesquisando e fazendo oficinas de dança regional, pela cidade de Campinas e região. Já tem em seu currículo várias peças de teatro e espetáculo de danças. O Grupo Savuru canta e dança as tradições do Brasil.
JOÃO ORMOND
No projeto Por Todo o Canto, João Ormond apresenta a síntese musical resultante da influência da música brasileira em seu trabalho artístico e sua vida. João Ormond, violeiro mato-grossense, é radicado em São Paulo desde 1999, estado onde consolidou sua carreira como músico de expressão nacional, compositor e produtor musical. Desde jovem, atuou em bandas de baile e grupos musicais diversos.
O repertório é formado por canções autorais do audiovisual do mesmo nome, e grandes clássicos da música brasileiras como Alceu Valença, Almir Sater, Renato Teixeira, entre outros.
As informações são da Prefeitura de Campinas.
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