4 cuidados que tutores devem ter com cães idosos dentro de casa

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Segundo o IBGE, 33,8 milhões de lares no Brasil possuem cachorro.

Após a pandemia, esse número cresceu ainda mais, como demonstra uma pesquisa da UIPA (União Internacional Protetora dos Animais) de 2021, que mostra que o aumento nas buscas para adoção de animais cresceu em 400% durante os primeiros meses de isolamento.

Assim, o nosso melhor amigo conquistou muito mais lares nos últimos anos, porém, o que muitos tutores se esquecem é que, dependendo da idade do cãozinho, o animal pode necessitar de cuidados diferentes, em especial com relação ao bem-estar.

Cachorros idosos podem apresentar dificuldade de mobilidade com o tempo, na maioria das vezes, perdendo a flexibilidade e coordenação, assim como os humanos.

Essas novas necessidades implicam em diversas atividades e hábitos do bichinho, desde a locomoção dentro de casa, até mesmo na hora de tomar o banho, como explica Maurício Tomás, médico veterinário da iDog, serviço de pet shop móvel da região de Campinas.

Pensando no bem-estar, conforto e segurança desses pets, o especialista indica que cachorros com mais idade possam tomar banho com especialistas que vão até a casa, evitando uma série de problemas, como locomoção dentro de gaiolas – já que podem se machucar com maior facilidade -, o estresse durante o trajeto, com buzinas, freadas e movimentações fora do habitual e, também, durante o banho, uma vez que está longe de sua casa e de seus tutores.

“A hora do banho é um momento delicado. Não só problemas de coluna, comuns a cães idosos, podem ser agravados durante o banho, mas também questões nos ouvidos, olhos, pele e até a respiração podem ser afetados. Para evitar que o pet sofra, pessoas treinadas são essenciais”, explica o médico.

“No iDog, todos os nossos colaboradores recebem um treinamento específico para lidar com cachorros idosos ou enfermos. É bom lembrar que, mesmo quem não tem um cachorro idoso, um dia terá, e eles merecem todo nosso amor e carinho, já que nos deram uma vida inteira de alegrias”, conclui Maurício.

Para Adriana Breganholi, tutora da cadelinha Cristal, de 11 anos, e que possui hérnia de disco e já passou por duas cirurgias na coluna, a hora do banho foi uma mudança crucial na rotina da família. Eles costumavam fazer a higiene da Cristal em casa, o que era desconfortável para todos e poderia agravar o problema de saúde dela, uma vez que a dificuldade em encontrar profissionais que soubessem lidar com a condição da Cristal era difícil, sem contar com o estresse que ela passava no caminho para o pet.

Além do banho, Maurício atentou para sobrados ou casas com degraus, sugerindo bloquear as passagens por grades ou portões e estabelecer um espaço com os objetos de necessidade do cãozinho, como tapete higiênico e vasilha, no mesmo andar.

“O ideal é que o tutor bloqueie a passagem com portões ou cerquinhas e só permita seu trânsito quando alguém estiver próximo. No caso da caminha, colocá-la no andar em que ficam os quartos, facilitando seu deslocamento em caso de necessidade”.

Outro cuidado importante é em relação ao mobiliário. As articulações dos cachorros idosos ficam desgastadas e eles podem ter dificuldades para subir em sofás e camas, por exemplo.

“Você pode colocar rampas ou escadinhas feitas sob medida para ele em cada móvel que ele costuma ficar. Se você tem o costume de deixar ele dormir na sua cama, vale a pena colocar proteções laterais para evitar acidentes”, acrescenta Tomás.

Os pisos da casa também podem ser perigosos. Os pet idosos podem cair com mais facilidade e, por isso, proteções como meias e/ou calçados especiais e tapetes antiderrapantes são boas opções. Outra sugestão do especialista é colocar proteção nos pisos, como Adriana fez em sua casa para Cristal, já que a cachorrinha vivia escorregando.

“Ficou estranho, mas pelo menos ela não escorrega mais quando corre. Ela é uma beagle, e eles têm uma energia mais elevada, ela gosta de brincar”.