Volta do home office: trabalhador vai precisar de incentivo para “sair de casa”

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Muitas empresas estão ensaiando o retorno para os escritórios após o avanço da vacinação e flexibilizações em espaços comuns.

Como previsto, o grande desafio tem sido convencer o colaborador a sair de casa – agora que o mercado de trabalho sabe que é possível exercer algumas funções sem precisar ir ao escritório.

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o brasileiro passa cerca de 1.763 horas trabalhando ao longo do ano, o que representa 20% do tempo de vida prestando algum serviço.

Criar um ambiente corporativo que promova satisfação e pertencimento aos funcionários tornou-se um investimento indispensável para as empresas.

Nicolaos Theodorakis, fundador e CEO da Noah, startup que oferece solução tecnológica para construção civil, conta que, recentemente, empresários têm encontrado bons resultados ao oferecer novos espaços para seus colaboradores.

“Precisamos entender que, para algumas funções, não há a menor necessidade de sair de casa. No entanto, trazer o colaborador de volta – nem que seja de forma híbrida – fomenta ainda mais o crescimento e o fortalecimento da cultura interna. Para isso, é preciso oferecer muito mais do que era oferecido antes ao colaborador, para que ele veja vantagem em se deslocar para fazer a mesma atividade que faria em casa”, explica Theodorakis.

Desta forma, o executivo lista o que pode ser feito para que a volta ao presencial – que nunca será como antes – seja mais inspiradora:

Escritórios do futuro serão em madeira

A preferência por acabamentos naturais tornou-se um diferencial para fomentar a qualidade de vida, principalmente após a pandemia. Além disso, empresas e colaboradores estão cada vez mais preocupadas com o meio ambiente e adquirindo uma postura mais sustentável – consequência da ascensão da agenda ESG no Brasil.

Pesquisas realizadas pela Human Spaces apontam que há um aumento de 5% na produtividade e 15% no bem-estar quando há a presença de elementos naturais no ambiente de trabalho.

“O uso da madeira nos escritórios também melhora os níveis de estresse, pressão arterial e frequência cardíaca, minimiza o absenteísmo e proporciona maior concentração. Além de possuir impacto ambiental menor do que o aço e o concreto, materiais não renováveis e que demandam muita energia elétrica durante sua realização”, afirma Theodorakis.

A flexibilidade proporcionada pelo trabalho remoto não deve ser esquecida

O colaborador percebeu que, ao trabalhar em casa, é possível dedicar-se mais às questões pessoais, uma vez que não há tempo de deslocamento ao trabalho.

Pessoas conseguiram encaixar em suas rotinas hábitos mais saudáveis, como praticar exercícios físicos, cozinhar, ler um livro e muitas outras possibilidades.

O trabalho híbrido é a tendência do momento e o principal desejo dos colaboradores.

Segundo o executivo, a flexibilização favorece principalmente os resultados dos funcionários, ao passo que possibilita o profissional ter mais autonomia na organização da sua rotina.

“Ser flexível é palavra de ordem para as empresas que querem sair na frente no mercado”, destaca o CEO.

O ambiente presencial serve para reforçar a cultura

Estamos vivendo um momento de aprendizado, de retomada do convívio social e de novos paradigmas. Por isso, além das atividades rotineiras, o escritório passa a ter papel fundamental na socialização.

“Embora algumas pessoas julguem ser mais produtivas no home office, é fato que a convivência entre as equipes, conversas informais ou até mesmo o ato de compartilhar com os pares um pouco do dia, desejos e aspirações, é agregador, tanto para as empresas, como para os colaboradores”, destaca Theodorakis.

No modelo híbrido, é possível aproveitar os dias presenciais para treinamentos, trocas de experiências com os times, conversas transparentes e, sobretudo, reforçar que, mesmo nos dias de trabalho remoto, toda a equipe está amparada pela liderança.