Pelo menos cinco mulheres por dia foram assassinadas ou vítimas de violência no Brasil em 2020, de acordo com dados da Rede de Observatório da Segurança. As estatísticas são tão trágicas quanto o final de quase todas as histórias. Quase. Yannahe Marques enfrentou um relacionamento abusivo por treze anos, sofreu uma tentativa de assassinato, desafiou a medicina e agora lança o livro “Eu escolhi viver” (Editora Citadel), onde detalha esse recorte da sua jornada e inspira mulheres a quebrarem o ciclo da violência antes que seja tarde demais. Escrito em parceria com Rose Rech, terapeuta que acompanha Yannahe praticamente desde o atentado, o livro já está disponível nos formatos físicos e e-book.
“Foi um milagre! O projétil não ter atingido áreas essenciais do cérebro, a recuperação da perda de massa encefálica e a não manifestação de sequelas graves são eventos que a medicina atual não pode explicar.”
(Dr. Bruno Bogéa, neurocirurgião pela Unicamp e médico de acompanhamento do caso de Yannahe Marques)
O aviso da médica plantonista do Hospital de Clínicas da Unicamp naquele dia 09/04/2019 era devastador: “A situação é muito grave. Não sabemos como ela conseguiu chegar até aqui com vida. Aparentemente ela não tem mais massa encefálica suficiente para comandar o corpo. Não há precedentes de sobreviventes com esta quantidade que restou e as conexões cerebrais também foram afetadas. Vamos fazer uma cirurgia craniana para a extração da bala e limpeza local, que é um procedimento padrão, mas as chances de sobrevivência são realmente insignificantes”.
Hoje, dois anos depois, a paciente não apenas sobreviveu, como fala, anda, trabalha e segue lidando com os traumas emocionais e as pouquíssimas sequelas físicas que lhe restaram, como eventuais dores de cabeça mais intensas. Está feliz cuidando dos dois filhos frutos do casamento com o ex-marido agressor e da sua bebê de dez meses, Mia, seu segundo milagre: oito meses após o atentado, Yannahe foi presenteada com uma terceira gestação.
“Quando somos jovens, acreditamos que a vida é linear: crescer, estudar, trabalhar, casar, ter filhos, morrer. Não contamos com os obstáculos, as reviravoltas, as dificuldades e as tensões que enfrentaremos ao longo desse percurso. Na minha juventude, jamais pensei que passaria pelo que passei. Miguel foi o meu primeiro namorado sério, e, depois de um tempo de namoro, nos casamos. Tudo me levava a crer que nosso relacionamento era perfeito; logo tivemos filhos e seguimos a nossa vida de casal. Eu sempre idealizava que ele tinha sido a escolha certa. Foram treze anos. Praticamente uma vida. Como todo casal, tivemos altos e baixos, dificuldades no meio do caminho. Mas me lembro perfeitamente dos dias em que comecei a achar que não dava mais… Em abril de 2019, cerca de sete meses após nossa separação definitiva, meu ex-marido invadiu o condomínio em que eu morava com um revólver 38 e uma única ideia na cabeça: impedir-me de ser feliz sem ele, acabando com a minha vida.” (Trecho de ‘Eu Escolhi Viver’, de Yannahe Marques e Rose Rech)
SERVIÇO – LANÇAMENTO
EU ESCOLHI VIVER
Editora : Citadel Editora
Autoras: Yannahe Marques e Rose Rech
1ª edição
Idioma : Português
Capa comum : 160 páginas
PSV: livro físico R$ 49,90; e-book R$ 31,90
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